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  • Foto do escritorEugênio Rego

Bruna Marquezine e o Besouro Azul

A última vez que prestei atenção no trabalho da atriz brasileira ela fazia sua primeira vilã numa novela das sete que se passava na idade média. Aparentemente engessada num personagem que desconhecia, Marquezine parecia não estar preparada para virar a chave na carreira e interpretar papeis diferentes de suas mocinhas.


Talvez o fato da celebridade ter ficado maior que atriz tenha feito Bruna querer mostrar que seu talento não é limitado. Depois de cinco anos longe das telas, a pequena Salete (no ar na reprise de "Mulheres Apaixonadas na Globo e Canal Viva), rompe a tela do cinema mundial como atriz principal de um filme franquia em Hollywood.



Acabo de sair da estreia de "Besouro Azul", estrelado e interpretado pelo americano de origem latina Xolo Maridueña (Cobra Kai - Netflix) e a brasileira. Confesso que assisti ao filme só pra ver como Bruna se sairia estrelando no cinema americano num filme de super-herói adolescente sem texto memorável e espaço para grandes atuações. Minha impressão é que Bruna Marquezine venceu.


No teatro a expressão "verdade cênica" expressa a capacidade do ator fazer, com sua atuação, que o espectador acredite que o personagem que interpreta é real, ou seja, tem profundidade suficiente para encarado como uma pessoa. A Jenny Kord de Marquezine é interessante e tornou-se a virada de chave que Bruna esperava até agora.


A prova de fogo da atriz brasileira na sua estreia em Hollywood acontece logo nos primeiros minutos do filme quando Jenny, filha de cientista americano e mãe brasileira, enfrenta a tia megera vivida por ninguém menos que Susan Sarandon. A brasileira entrega uma intepretação forte, econômica e verdade em um inglês impecável - e assim se mantém durante todas as cenas, em especial nas sequências de ação.


Jenny Kord é quem alinhava a narrativa de "Besouro Azul", nova aposta da DC Comics de emplacar um filme de herói solo que se conecte com o público mais jovem como o Spiderman da Marvel. Tomara que dê certo...



A química entre Jaime Reyes/Bezouro Azul (Maridueña) e Jenny (Marquezine) é forte, apesar dela ser um baita mulherão pra ele. Direção e roteiro escolheram conscientemente pesar a mão na caricatura da família latina e seus costumes . Parentes estranhos e caricatos que assistem Chapolin Colorado e Maria do Bairro funcionam e fazem outra ponte entre latinos brasileiros. Destaque para o Tio Rudy e avó que mostar saber empunhar e usar uma metralhadora a laser como poucos.


Há ainda um esforço leve de dar um ar de seriedade ao filme ao discutir rapidamente gentrificação, machismo, imigração ilegal e luta de classes que é abandonado rapidamente pelo bem da diversão do cinema pipoca.


A escolha de levar o super-herói adolescente para o cinema indica que a DC pode por na geladeira as sagas de seus personagens densos, cheios de traumas e rancores que tanto agradam ao público adulto, mas que se distanciam de quem curte filmes com super-humanos bem humorados e leves.


"Besouro Azul" cumpre a missão de recalibrar os rumos da histórica editora de HQs no cinema americano e mundial. Apesar de demorar a engatar, o filme diverte e engaja e ainda deixa mensagens sobre como a família que luta unida permanece unida. Ainda sobre Marquezine, a brasileira mostra que ainda é uma atriz de talento e que é capaz de fazer Hollywoood gostar dela. Renasce uma estrela...







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