E Superman voltou para casa...
- Eugênio Rego
- 27 de jul.
- 3 min de leitura
A grande diferença entre os mutantes da Marvel e os meta humanos da DC comics é que estes, em suas origens e por serem mais gente como a gente, tem dilemas pessoais mais profundos e sombrios que os levam por caminhos tortuosos. Porém nem X-Men e Cia nem a Liga da Justiça juntas foram capazes de evitar o esgotamento das franquias de filmes com muitos efeitos especiais e pouquíssimo roteiro. Depois de fracasso atrás de fracasso nas bilheterias, ambos os estúdios fizeram o que todo humano faz ao perder o rumo: voltar pra casa e recomeçar...

Tudo indica que o retorno às origens deu certo para a DC: o "novo" Superman é um sucesso mundial de bilheteria e vale cada centavo do ingresso. O segredo? O roteiro! Escrito e dirigido por James Gunn, a produção cativa por mesclar drama, ação, romance e comédia na doze certa sem deixar de fora questões geopolíticas, imigração, poder e o uso da mídia como arma de propaganda - sem chatice!
Outro grande acerto é a escalação de David Corenswet para o papel do kriptoniano mais famoso da Terra. Junto com Rachel Brosnahan como Lois Lane formam um par romântico e tanto numa relação a três (mocinha, o jornalista e seu alter ego alienígena).
David e Rachel podem ser vistos na aclamada série "House of Cards".

Uma das cenas mais engraçadas é quando Lois entrevista Superman na sala de estar do apartamento de Clark Kent - a jornalista incisiva acaba por afetar os brios do Homem de Aço o que provoca uma briga entre o casal apaixonado. A rusga só é esquecida tempos depois na hora do pega-pra-capar de salvar o mundo. E você aí achando que namoro a dois é complicado...

Na relação a três Lois - Clark - Superman ainda cabe o vilão do drama: o Lex Luthor de Nicholas Hout (que já foi o Fera dos X-Men) é um dos melhores de todas as versões da desta franquia desde os anos 1970. A cena final de Luthor assumindo que a razão de seu ódio pelo super-herói alienígena é inveja é de aplaudir de pé, Igreja!

Apesar de tanta coisa boa acontecendo na telona, a cereja do bolo de "Superman" é o doguinho Krypto, um "fiapo de manga" americano que, segundo James Gunn, foi a grande inspiração para o roteiro do filme. Em entrevista, o roteirista e diretor revelou que se inspirou em seu cachorro com "espírito" de diabo da Tasmânia - saía pela casa destruindo tudo que visse pela frente. O Krypto do filme não deixa nada de pé por onde voa...
O parceiro canino de Superman ganhou destaque no trailer principal do filme ao arrastar o herói ferido para a Fortaleza da Solidão. Feito por computação gráfica, Kripto é o responsável pelas cenas mais cômicas do filme.

Fazia tempo que filmes de super-heróis não animavam tanto a plateia porque haviam perdido o caminho para divertir o público. A vida na Terra já é dura demais e nós terráqueos precisamos sentir na poltrona do cinema o conforto e o prazer que é estar em casa. 10/10
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