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  • Foto do escritorEugênio Rego

"O Homem Invisível" e a aia oprimida

Os primeiros cinco minutos de "O Homem Invisível" (Universal 2020) mostram porquê o reboot do thriller tem feito muito sucesso no mercado americano - o mais importante para definir a vida útil de um filme ao redor do mundo.


A produção já acerta em ter escalado a incrível Elisabeth Moss (a June/Offred de 'O Conto da Aia) para encarnar a frágil e sensível Cecília, uma arquiteta que abandonou a carreira para viver encarcerada em um relacionamento abusivo com Adam (Oliver Jackson-Cohen), um cientista cuja obsessão pela esposa beira a loucura.


A narrativa começa justamente na noite em que Cecília tenta se livrar do marido. Em poucos minutos o roteirista e diretor prepara o clima de muita tensão e bons sustos para os próximos 150 minutos.


A mansão de paredes grossas na praia e grandes janelas de vidro é um personagem por si só. Sair dela é apenas o primeiro passo na longa e aterrorizante jornada de Cecília para a liberdade.


Apesar de livre, a arquiteta vai descobrir que o marido obcecado continua mais perto dela do que imagina: no temor de recomeçar a vida com o fantasma do medo e, mais tarde, com a presença de Adam lhe seguindo os passos - até que ela o perceba.

A grande sacada de "O Homem Invisível" é seu roteiro enxuto e direção firme de Leigh Whannel que aposta na dúvida sobre a sanidade da protagonista enredada em um plano maquiavélico do marido mesmo após sua suposta morte. Num depoimento à polícia, Cecília lembra que Adam sempre dizia que a encontraria onde quer que ela estivesse. Todos duvidam, afinal ele está morto. Ou não?


Não há como evitar comparações entre a nova refilmagem do clássico de 1933 e "Dormindo com o Inimigo" (1991) com Julia Roberts fugindo de Patrick Bergin. No entanto, "O Homem Invisível" tem mais ação e mantém o espectador em uma montanha-russa de cenas carregadas de suspense e compaixão por Cecília.


O desfecho do filme aposta na transformação da mulher oprimida em anti-heroína que dá ao vilão uma boa dose de sua própria maldade. Apesar de muito marcada pela aia June da série de TV, Elisabeth Moss brilha como Cecília e deve ser tornar a atriz preferida para interpretar tipos atormentados e empoderados.

Curiosamente Moss (acima) amplia o sucesso de June para o cinema interpretando uma outra mulher oprimida pelo marido que pensa ser seu dono. A saudação "Sob Seus olhos", usada pelas aias na série de TV, serve direitinho para atormentada Cecília.







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